Um Olhar Sobre a Arte

domingo, 10 de junho de 2007

Neo - Impressionismo

Se o impressionismo não é homogêneo, as reações a ele tampouco são própria. Tentativas de alargar o programa impressionista são empreendidas pelo neo-impressionismo e, mais tarde, pelo pós-impressionismo de Paul Cézanne, Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Ao mesmo tempo um desenvolvimento do impressionismo e uma crítica a ele, o neo-impressionistas explicita a tentativa de um grupo de artistas de fundar a pintura sobre leis científicas da visão. O termo é cunhado pelo crítico Félix Fénéon em 1886, ano da última exposição do grupo impressionista, diante de obras como Um Domingo de Verão na Grande Jatte, de Georges Seurat, reconhecido como líder da nova tendência artística. Se a famosa tela de Seurat compartilha o gosto impressionista pelas pinturas ao ar livre e pela representação da luz e da cor, o resultado obtido indica outra direção. Em lugar do naturalismo e da preocupação com os efeitos momentâneos de luz, caros aos impressionistas, o quadro de Seurat expõe figuras de corte geométrico que se apresentam como manequins sobre um plano rigorosamente construído com base em eixos horizontais e verticais. Os intervalos calculados entre uma figura e outra, as sombras formando ângulos retos e a superfície pontilhada atestam a fidelidade a um programa teórico apoiado nos avanços científicos da época.




Giardino Fiorito



O rompimento com as linhas mestras do impressionismo verifica-se, sobretudo, pelo acento colocado na pesquisa científica da cor, que dá origem ao chamado pontilhismo, já experimentado por Seurat em Banhistas em Asnières (1884). Aí, os trabalhos se orientam com base em um método preciso: trata-se de dividir os tons em seus componentes fundamentais. As inúmeras manchas de cores puras que cobrem a tela são recompostas pelo olhar do observador e, com isso, recupera-se a unidade do tom, longe das misturas de cores freqüentes nos empastes. A sensação de vibração e luminosidade decorre da "mistura ótica" obtida pelos pequenos pontos de cor de tamanho uniforme que nunca se fundem, mas que reagem uns aos outros em função do olhar à distância. Seurat prefere o termo divisionismo para designar o novo método e técnica, que tem em Jean-Antoine Watteau e Eugène Delacroix dois precursores, e que no interior do impressionismo foi testado mais de perto por Auguste Renoir em trabalhos como Canoeiros em Chatou (1879). O reconhecimento dessa tradição da pintura francesa pode ser atestado na obra D'Eugène Delacroix au néo-impressionisme (1899), escrita por Paul Signac, que se torna líder do grupo após a morte de Seurat. Signac desenvolve o pontilhismo em boa parte de sua obra (Retrato de Félix Fénéon, 1890 e Entrada do Porto de Marselha, 1911, por exemplo). Só que em seus trabalhos os pontos e manchas se tornam mais evidentes e são dispostos de maneira mais dispersa, rompendo, nos termos do crítico Giulio C. Argan, a "linha melódica da cor". Camille Pissarro (1830 - 1903), fiel aos ensinamentos impressionistas ao longo de sua carreira, aproxima-se do neo-impressionismo em 1885, quando conhece Seurat e Signac. Pissaro utiliza a técnica divisionista em diversos trabalhos desse período, mas em 1890 retoma o estilo anterior. O nome de Maximilien Luce figura entre os adeptos da escola neo-impressionista.




Georges Seurat, La Seine à la Grande-Jatte, 1888


O neo-impressionismo teve curta duração, mas exerceu influência sobre Van Gogh e Gauguin, e também sobre Henri Matisse e Henri de Toulouse-Lautrec. A obra de Signac, especialmente, foi retomada pelo fauvismo. O termo divisionismo refere-se ainda a um movimento italiano da última década do século XIX e início do século XX, uma das fontes geradoras do futurismo. É possível pensar em ecos do pontilhismo nas pesquisas visuais contemporâneas, na op art e na arte cinética. No Brasil, é difícil aferir uma influência direta do neo-impressionismo. Talvez seja possível pensar de modo mais amplo em reverberações das pautas impressionista e neo-impressionista nas cores claras e luminosas de algumas telas de Eliseu Visconti, Moça no Trigal por exemplo, e em obras de Belmiro de Almeida, como Efeitos de Sol (1892).




Belmiro de Almeida, Efeitos de sol (Itália) - 1892

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Fotografia

A câmera foi provavelmente inventada no início do século XVI. Os historiadores atribuíram a invenção a muitas pessoas, inclusive ao artista italiano Leonardo da Vinci.

A primeira câmera era chamada câmera escura. Era uma caixa escurecida com um pequeno orifício numa das paredes, através do qual entrava luz, que formava uma imagem na parede oposta, esta imagem era uma foto desordenada da cena exterior. Os artistas usavam a câmera escura como um esboço, traçavam então linhas e formas e coloriam a gravura. A primeira câmera escura era grande o suficiente para permitir a entrada de um homem.

No início do século XVII, o equipamento era uma tenda que os artistas transportavam para o campo para esboços de paisagens.

Durante a década de 1660, a câmera escura já se tornara uma caixa de 60cm de comprimento. Uma lente sobre o orifício tornava a imagem maior e mais nítida. Um espelho no interior da câmera refletia a imagem sobre um pedaço de vidro no topo da câmera.



Camera Fotografica de 1839

Os cientistas, porém, desejavam encontrar uma maneira de tornar estas imagens permanentes.

Em 1727, um físico alemão, Johann H. Schulze, descobriu que os sais de prata são sensíveis à luz, usou a luz solar para fazer imagens sobre os sais, mas não tentou fazer as imagens permanentes. Quem conseguiu obter uma imagem permanente foi o físico francês Joseph Nicéphore Niépce e atribui-se a ele as primeiras fotos feitas com câmera; uma fotografia feita por ele em 1826 existe até hoje.

Na década de 1830, o inventor francês Louis Daguerre produziu a primeira forma popular de fotografia, o daguerreótipo. Expôs uma placa metálica sensível à luz, revelou a imagem com vapor de mercúrio e fixando a imagem com sal comum, anunciou o seu processo em 1839. Essa data é aceita como o início da fotografia. William Talbot, cientista britânico, inventou um papel sensível à luz, e sua descoberta foi o primeiro sistema positivo-negativo para fazer fotografias. O astrônomo John Herschel deu à invenção o nome de fotografia, palavra que significa escrever ou desenhar com luz.




Camera Fotografica de 1904

Fotógrafos criativos usam sua imaginação e habilidade técnica para fazerem fotos artísticas. Alfred Stieglitz trabalhou para tornar a fotografia uma arte criativa.

Em 1902, nos Estados Unidos, ele e outros fotógrafos formaram um grupo para promover a fotografia como uma forma de arte. Um dos membros desse grupo, Edward Steinch, buscou o reconhecimento da fotografia como arte e organizou uma exposição de fotos, chamada "A Família do Homem" no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.




O Barco dos Sonhos: de Chin-San Long
Usou seu equipamento em sala escura, para produzir fotos em negativo.

Theo Van Doesburg

terça-feira, 5 de junho de 2007

Simbolismo

Movimento estético ocorrido na pintura e na literatura em reação à rigidez do parnasianismo e à crueza do naturalismo. Surgido na França no final do século XIX.
No final do século XIX, época em que predominavam as idéias positivistas e mecanicistas a que a humanidade foi levada pelo anseio de objetividade, o simbolismo enfatizou o valor intrínseco do indivíduo e de sua realidade subjetiva.
Simbolismo é o nome da tendência literária, sobretudo poética, que surgiu na França durante as duas últimas décadas do século XIX, como reação à impassibilidade e à rigidez das fórmulas parnasianas e, secundariamente, à crueza do romance naturalista. No plano social e filosófico, constituiu uma réplica ao positivismo científico-mecanicista e ao realismo objetivo que dominaram a segunda metade do século XIX. Também foi chamado simbolismo o movimento surgido à mesma época na pintura, como reação ao impressionismo e ao naturalismo.




Pornocrates - Rops, Félicien (1896) - 70 × 45 cm



Na década de 1870 ainda dominava o parnasianismo, ao lado das tendências realistas e naturalistas, que privilegiavam a reprodução fiel da natureza e enfatizavam as descrições objetivas, a exterioridade e o quotidiano. Oficialmente, o simbolismo só teve início em 1886, com a publicação, no suplemento literário do jornal parisiense Le Figaro, do manifesto de Jean Moréas, poeta francês nascido na Grécia. O manifesto declarava que o simbolismo, em sua radical oposição ao positivismo, ao realismo e ao naturalismo, era um movimento idealista e transcendente, contrário às descrições objetivas, à ciência positiva, ao intelectualismo e à rigidez formal do parnasianismo.




Odysseus und Kalypso - Böcklin, Arnold (1883) 104 × 150 cm


O principal órgão foi o Mercure de France, fundado em 1889 e de imediato reconhecido como a primeira revista literária do mundo. Os representantes da primeira fase do movimento, sob influência direta de Baudelaire e Poe, postulavam também a simultaneidade da criação poética e da criação cósmica. Reclamavam para o artista a condição de intérprete de uma simbologia universal, a ser apreendida por intuição e expressa por alusões ou sugestões, e não pela lógica.
Esoterismo, hermetismo, decadentismo. Uma das características básicas da arte simbolista foi o papel representado pelo inconsciente na atividade criadora, o que levou os poetas do movimento a buscarem motivação no misticismo e nas doutrinas esotéricas. Outro de seus aspectos inconfundíveis, que deu origem a inúmeros escândalos e motivou violenta reação da crítica tradicionalista, foi o hermetismo. Em Portugal e no Brasil, os simbolistas chegaram a receber por isso a designação pejorativa de "nefelibatas". O decadentismo caracterizou certa poesia e prosa simbolistas, em que os autores se colocavam como testemunhas de um universo em decadência, que seria, também, o fim do mundo. Nem mesmo Mallarmé escapou a tal sentimento, apenas um momento efêmero do simbolismo, que recebeu o veto posterior de seus representantes.





Wandbild der Villa Albers: Meeresgötter in der Brandung - Klinger, Max (1884-1885) 51 × 100 cm

sábado, 2 de junho de 2007

Arte Japonesa

Historicamente, o Japão esteve sujeito a súbitas invasões de idéias novas procedentes do estrangeiro, seguidas por longos períodos de contato mínimo com o mundo exterior. Ao londo do tempo, os japoneses tem desenvolvido a habilidade de absorver, imitar e acabar por assumir os elementos da cultura estrangeira que serviam para complementar suas preferências estéticas. As manifestações artísticas mais antigas que se desenvolveram no Japão datam dos séculos VII e VIII e estão relacionadas com o budismo.

No século IX, o Japão começou a abandonar a influência chinesa e a desenvolver formas de expressão próprias, de forma gradual, foi ganhando importância a arte profana, que continuou florescendo, junto à religiosa, até ò fim do século XV. Em conseqüência da Guerra Onin (1467-1477), o país entrou num período de desorganização política, social e econômica, que se prolongou durante quase um século. Sob o mandato da dinastia Tokugawa (ou Edo, 1603-1867), diminuiu o protagonismo da religião na vida diária e as artes Kiyomasu Torii que sobreviveram foram basicamente as profanas.

O pincel é o meio de expressão artística preferido dos japoneses, que praticam a pintura e a caligrafia tanto no plano profissional, quanto também como passatempo. Até atualmente, sempre se utilizava o pincel, e não a pluma, para escrever. Para os artistas, a escultura era um meio de expressão muito menos eficaz, a maior parte dela está relacionada com a religião e sua importância diminuiu com a decadência do budismo tradicional. Já a cerâmica japonesa é uma das mais belas do mundo e a esta modalidade artística pertencem muitos dos objetos japoneses mais antigos que se conhecem. Quanto à arquitetura, revela claramente as preferências japonesas pelos materiais naturais, assim como a interação do espaço interior com o exterior.
A principal característica da arte japonesa é sua polaridade. Por exemplo, na cerâmica dos períodos pré-históricos, a excessividade deu lugar a uma arte disciplinada e refinada. Da mesma maneira, há duas estruturas do século XVI, radicalmente distintas: o palácio de Katsura, perto de Kyoto, é uma mostra da simplicidade das linhas, nas quais se destacam as madeiras naturais e a integração com os jardins circundantes, com o que sua beleza foi conseguida quase por acaso, em contraste, o templo-santuário mausoléu de Toshogu, no monte Nikko, é uma estrutura rigidamente simétrica, com relevos coloridos que cobrem toda a superfície visível.

A arte japonesa valoriza-se não só por sua simplicidade, mas também pela exuberância de seu colorido, e tem exercido uma considerável influência sobre a pintura e a arquitetura ocidentais dos séculos XIX e XX, respectivamente.

Existem nove períodos que influenciaram a arte japonesa: Período pré-budista, Período Asuka (552-710), Período Nara (710-794),Período Heian (794-1185), Período Kamakura (1192-1333), Período Muromachi (1338-1573), Período Momoyama (1574- 1603), Período Momoyama (1574- 1603), Período Momoyama (1574- 1603), Período Edo (Ukiyo-e) (1603 a 1868), Período Meiji (1868-1912). Porém irei falar apenas do período Edo (Ukiyo-e) que na minha opinião é o mais inspirador.


Edo (Ukiyo-e)

O período Edo foi dominado pela família guerreira dos Tokugawas, que escolheu a cidade de Edo (mais tarde Tóquio) como capital e impôs seu jugo ao país por mais de 250 anos.


Preparing for Battle Nakamura Gentaro as Tomoe Gozen and Asao Jujiro as Sagano
Kiyomasu Torii

No início da década de 1630, os cristãos foram perseguidos e expulsos, e o Japão cerrou as portas a todos os estrangeiros. Esse isolacionismo empobreceu as artes.

Ainda assim, os pintores Ogata Korin e Ogata Kenzan procuraram revitalizar a pintura Yamato-e e sobretudo Ike Yosa Buson, Uragami Gyokudo Taiga foram os melhores representantes da escola sulina Nanga.

Ike Yosa Buson, Uragami Gyokudo Taiga e Rosetsu, pintores das escolas Maruyama, conhecida também como Shijo, pregaram o estudo da natureza.




Torii Kiyonobu

Os artistas da quarta geração Kano, com ateliês em Quioto, e os Tosa, em Sakai, aproximaram seus estilos. O mestre da época foi Tosa Mitsuoki, que se inspirou em lembranças da Idade Média e assuntos chineses.

A mais importante manifestação artística do período, porém, foi o estilo Ukiyo-e, cujo nome tem origem num provérbio japonês do Século 18 ("o mundo inspira desgosto").

Criado por Iwasa Matabei no final do Século 17 e imortalizado sobretudo através da estampa, o Ukiyo-e tornou-se muito popular no Ocidente e teve profunda influência sobre os impressionistas franceses.
O Ukiyo-e não foi uma escola como Tosa ou Kano, mas um movimento artístico que veio da época Momoyama e representou para a nova burguesia festas, cenas galantes e do teatro profano. Seu tema principal, porém, é a bijin-ga (mulher bonita).

Inicialmente limitada ao contraste entre preto e branco, a técnica foi aperfeiçoada e recebeu, a princípio, uma tonalidade alaranjada (tan-e), depois efeitos de vermelho, laranja, amarelo e púrpura (urushi-e).

Mais tarde, desenvolveram-se os processos benizuri-e (vermelho e verde) e nishiki-e (dez e mais tonalidades).

Esse nome (Ukiyo-e) pode ser traduzido como mundo flutuante, um nome irônico dado ao planeta terra, que os budistas chamavam de mundo do desgosto.

Ukiyo, em verdade, era o nome dado ao estilo de vida japonês nos centros urbanos, com seus figurinos, a alta sociedade e os prazeres da carte. O Ukiyo-e documenta essa era.

A arte Ukiyo-e é especialmente conhecida por impressões em blocos de madeira. Na medida em que o Japão começou a se abrir para o ocidente, após 1867, essas gravuras passaram a ser conhecidas, exercendo sua influência na arte européia, especialmente na França.

Entre os maiores artistas no gênero sobressaíram Kyionobu, Suzuki Harunobu, Koriyusai, Kiyonaga, Sunsho e Sharaku (os dois últimos famosos por seus relatos de atores), Kitagawa Utamaro (figuras femininas), Katsushika Hokusai e Ando Hiroshige (paisagens) e Igusa Kuniyoshi (figuras humanas).




Suzuki Harunobu

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Zeca Baleiro - Bienal




Coloquei essa letra de música que é justamente uma sátira sobre o que é considerado arte hoje em dia.

Bienal
Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone
"Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiá Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria

O que é arte?

Uns dirão: arte é a expressão do sentimento, outros: é beleza...

Mas se analisarmos os diversos tipos de arte será que poderíamos dizer: os diversos tipos de beleza ?

Afinal, cada um de nós acredita em um conceito de beleza particular e único, tanto quanto acreditamos em um conceito particular de arte.

Assim, se vamos falar sobre Arte, é preciso primeiro que observemos uma certa cumplicidade de conceitos:

"Em todas as suas manifestações, a arte é uma expressão do sentir humano transformado em símbolos, não convencionais, que necessariamente não precisarão levar o observador a significados conceituais, pois antes de mais nada, a arte deve ser sentida e não pensada." Fátima Seehagen

Atualmente, quando a imitação e a cópia já atingiram as raias do absurdo, num tempo em que, para a grande maioria das pessoas, a arte é apenas encarada como lazer ou material de decoração, é comum se perguntar quais seriam os tipos de arte que existiram, existem ou ainda, caso não sobrevenha a morte da arte, existirão.

Cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios condicionando os sistemas de comunicação. Também de indivíduo para indivíduo, mesmo sendo contemporâneos, a sua arte varia caracterizando a capacidade de representação, sensibilidade, personalidade e interesses de cada um.

Mesmo obras de um mesmo indivíduo, por vezes variam bastante de acordo com diversas condicionantes, como a experiência, vivências, estados de espírito, etc.
O produzir artístico nasce de uma observação apurada que, tanto pode ser dirigida para os aspectos externos quanto internos de algum fator, guiada pelos conceitos de beleza, que se formaram da vivência do artista. Sendo assim, ao fazer ARTE o artista não pensa, o artista sente. Pensar seria a barreira entre a observação e a ilusão.

A produção artística faz parte de uma necessidade básica do ser humano.Enquanto esta necessidade é universal e atemporal, as formas pelas quais ela se manifesta, ou seja, os tipos de arte, tanto quanto ao tema, à técnica ou ao estilo estão constantemente mudando, renovando-se no processo de criar a cada nova obra uma expressão pessoal.

Observando por este prisma, veremos que, a arte pode ser encontrada em toda parte.
Encontraremos arte desde a humanidade remota até nossos dias e, certamente, a encontraremos amanhã, pela simples necessidade de expressão artística, em todos os climas, em todas as geografias e em todas as idades.

Naturalmente fatores históricos e sociais modelam os tipos de arte, porém, desde a arte pura do homem paleolítico, passando pelos gregos arcaicos, pelas leis romanas na arte, pelo poder mágico da arte e todos os "ismos" que se seguiram. Passando pela fotografia, pelo cinema, ingressando na virtualidade da nossa época, debatendo-se com a globalização, a verdadeira arte jamais se escravizará a códigos e será sempre inovadora e capaz de falar do seu tempo.

A arte, nos seus mais diversos tipos de expressão, transgredirá o estilo preponderante de cada época e falará ao sentimento humano ainda que este se encontre vazio e sem forma.
A relação então surgida entre o sentimento do artista e o sentimento do seu público jamais poderá ser uma relação lógica entre conceitos idealizados, pois seria, não apenas para o artista criador como também para este mesmo público que a consome, asfixiante e enceguecedora.
Esta relação será sempre tão contraditória quanto à própria arte, onde cabem, conforme Frederico Moraes, "a regra e a emoção, o rigor e a intuição, a fantasia mais desbragada e o cálculo matemático".

Tipos de arte?

"A arte pode ser ruim, boa ou indiferente, mas qualquer que seja o adjetivo empregado, temos de chamá-la de arte. A arte ruim é arte, do mesmo modo como uma emoção ruim é uma emoção" Marcel Duchamp

Leiam essa critica muito interessante sobre o que é arte http://criticanarede.com/fil_tresteoriasdaarte.html .